SILÊNCIOS PARALÍTICOS

Delira na tarde, ouve sinos

Apocalípticos

Entre a assembléia de meninos

E breve acordo entre cretinos

'M'illumino d'immenso', li nos

Rascunhos sifilíticos

Que alguém por fim terá por hinos

Na tarde de silêncios paralíticos --

No obituário de equinos

Serão todos os lutos argentinos?

Delira e seu quadro é de críticos

Cuidados, jazem frouxos pinos

E parafusos, quase míticos...

Não há mistério algum, só os sinos

Que ninguém mais ouviu, divinos.

Epifania em graves trípticos

Por aliança com Destino!

Quem pintará tamanhos desatinos?

Que haverá na ata da assembléia dos meninos?

...mas beija a mão de seus políticos

E apalpa as bolas de cretinos

Sem pejo algum, dá tratos finos

A berinjelas e pepinos

Na tarde de silêncios paralíticos.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 01/07/2023
Código do texto: T7826803
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