OFEGÂNCIAS

Antes mesmo

do tempo das sentenças

teus olhos me inquiriam

eu já os queria:

espelho das águas

imersos na imensidão

dos desejos cristalinos,

opacas apenas eram

as formas de não te amar

E dos teus olhos

emergiram teu ventre

em fecundações e

inundações das

formas de me afogar.

Náufrago

fiquei

para sobreviver

tão somente

em tuas profundezas

não relutei em voltar,

não havia mais,

superfície

nem superficialidades,

tudo era de uma infinitude singular.

Não havia nem mesmo

atmosfera,

apenas a soma das nossas

respirações febris,

... e das terapêuticas ofegâncias.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 12/07/2023
Código do texto: T7835606
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