da sabedoria

Os tijolos se juntam e são ascendidos

à aréola do desejo, assim como quando

Subimos ás árvores passamos a compreender

Que o céu é feito de pedra azul e cal derramando

Ao sopro de algum deus descalço,

E com toda essa sabedoria, os pássaros

Que apenas voavam, nos tornam asas, bico

E a beleza sendo vista de cima,

Entretanto, a melhor escada é o livro

Onde a mão soube de alguma cabeça que alguém

Não sabia nadar, ou manter-se quieto quando

O outono sangra fogo na melancolia do dia,

Por essas mesmas mãos, nos chega que a estrada

Se cumpre á tocha do candeeiro e que os

Labirintos não lhes contam o segredo, mas apenas

Se dispõe a nos esconder de toda escrita que

Nos punha a flutuar sobre a luz, também

Somo luz, labareda, o fogo que escapa do atrito

de amores se rasgando, a marreta do ferreiro e seu

Pensamento que voa enquanto forja a peça que

Será trocada por pão, arroz, a doçura do amor

Que ainda lhe ampara do desespero e do medo

De morrer, já que morrer não o fim da vida, mas

Seu capítulo mais delirante, como a soda cáustica

Torcendo as palavras, como se em pedras pudessem

nascer flores, morrer é a parte que não

escrevemos mais no próprio livro