Deito versos tristes

De uma alma inquieta,

Espelhada em dias idos.

Apagou-se mais uma luz.

Não tarda agora...

O crepuscular da vida.

O tempo é  cruel,

Este senhor, com um

Cajado, lento...

Uma foice a ceifar flores

De um jardim tímido.

Já não brotam tantas ,

Desnudas folhas outonal,

No meu jardim, nao há

resquícios  de borboletas a enfeitar minha tez,

já craquelada pelo tempo.

Ainda sorrio...

Na mansidão dos meus passos

Sou alma vertida em águas límpidas...

Do corpo, suor e lágrimas.

Venha a morte! 

Mas que venha ligeira,

Um ímpeto,  um suspiro

Que ainda diz : eu te amo

De tanto amar, persisto.

Ainda ouço pássaros...

Canto triste.

Na gaiola corpo, súbita e  tênue  do meu existir.

Verte o pranto.

 

 

https://www.recantodasletras.com.br/haikais/7842917

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 22/07/2023
Código do texto: T7842944
Classificação de conteúdo: seguro