CERRAÇÃO
Um verso é feito de estrondo e silêncio…
É o produto instável entre dois extremos:
a razão crava o oito, e a emoção, o oitenta.
Ele pode estar, mas não precisa que esteja,
e de Deus, além dos dilemas da existência,
há muitas características que são idênticas:
é ubíquo, comum de dois, tem onipresença,
e ninguém conhece qual a sua ascendência.
De onde vem o verso? Seria mesmo a fêmea
masculina e a metade da laranja do poema?
Possui algum endereço? O que o sustenta?
O poeta o justifica e é todo seu o esquema?
O que gera o verso? A coragem ou o medo?
De que serve o verso? É o fim ou o começo?
@marlosdegani