DÚVIDA

Guardei dentro d'algum sonho

o adormecer desta cidade.

Penso em ofertar-te

o que dela me faz despertar.

Eu a olho

como quem procura um amor fugidio...

Na espera incessante

de tuas frontes de cimento e sentimento,

hei de cultivar flores em tuas sacadas

e dissecar as dores nas lágrimas sacadas.

Penso em devorá-la,

mas sou eu quem deixa uma parte nos teus horizontes.

Abandono-me em teus

ocasos

e nos

acasos

procuro te encontrar.

Esta cidade, como tu,

é a cidadela de toda saudade,

e,

talvez por isso,

repouso sem saber

em qual de vocês duas

devo verdadeiramente habitar.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 31/07/2023
Código do texto: T7850589
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