FUMAÇAS E CINZAS

E o meu corpo muito pesado frita

dos dois lados, sob a gordura fria

do mapa-múndi da cama à agonia

de querer sumir de vez dessa vida.

Beijo os vazios das fronhas vazias,

e abraço a solidão que predomina,

pois às três, nada vive na esquina:

acabou a farofa, a cana e a parafina.

Vejo o estrondo do silêncio da pista,

e rodo e cozinho e suo e frito ainda

nos desvãos da madrugada ametista

e violeta e cobalto e da faixa alizarina.

A sós, perguntou-me, feito uma teimosia:

o que sobrará de mim quando vier o dia?