ALL IN

Pretendo, sempre, descontar o tempo,

estilhaçar o telhado de vidro do relógio

e abrir-lhe a porta do seu próprio reino

— e quero mesmo que seja mais caótico.

Furto da poeira do rodapé, às três e meia,

do despacho estendido sobre o cor-de-rosa

do pano, onde os espíritos surdos farreiam,

e da nuvem translúcida que muda de forma.

Vento e verso: o plano não tem planejamento.

— Eu roubo de todos e aposto tudo no poema.