Paradoxo da Poesia

É por isso que a poesia

Não bate mais no meu peito

Porque eu não tenho o direito

De ser quem já fui um dia

Não bebo mais como bebia

Não fumo mais como fumava

Não canto mais como cantava

Não vivo mais como vivia

É por isso que a tristeza

Que tanto bem me fazia

Toda vez que eu lia um verso

Feito de minha autoria

Me deixou só na saudade

Daquela dor de verdade

Que eu tantas vezes sentia

E toda vez que eu sentia

Mais um verso escrevia

Mais um choro eu chorava

E chorando me alegrava

Porque de novo eu estava

Abraçando a poesia