Uhum

esse é o último rabisco do meu primeiro livro,

em quanto tudo que conquisto vale nada enquanto vivo,

reconhecimento após a morte chega a ser hilário,

pergunta lá para o Van Gogh, quanto vale cada quadro?

corte seus dedos antes de me apontar

cortaria a orelha para não ter de ouvi-los!

nem os medos irão me desapontar

contaria quantas as lágrimas e os erros

que fazem de mim

a ovelha negra dos meus entes queridos.

na boca um gosto amargo de wasabi

na boa amor eu gosto quando cê já sabe,

no bolso esse cigarro nem carbura

ô moça, se te agarro cê me atura?

pus na mente enquanto cabe

sente as garras da loucura,

opus-me a gente que se gabe

tais garrafas dão tontura,

tem um sapato na sua pedra e mantém pinta de um príncipe,

enquanto um sapo fode ela sem muito disse e me disse,

nunca soube o que é princípios

há tempos me joguei de um precipício,

fugir é fácil, pense nisso, difícil é enfrentar o q tememos,

com medo de ser visto, comendo de seus vícios

e alimentando prepotência,

um método meio rustico, a meio metro do meu rosto

vi de perto minha doença.

predestinado a ser um merda

vou morrer sozinho com o meu rancor que nem meu pai,

ele mesmo dizia _que não se ganha se herda

minha própria natureza quem me trai,

e a julgar pela cara to farto de estar entre os vivos,

se juntar nossa tara até que me iludo nesse mundo lúdico,

prefiro estar comigo a ter em volta somente vultos,

me refiro a estar contigo

quem sabe o tempo me torne adulto,

felicidade a curto prazo

prezo inocência que ainda me resta,

saudade cospe no próprio prato

preso a sentença de andar sob trevas,

morrerei em milésimos de um orgasmo

logo após o por do sol,

existirei através das folhas que rasgo

anestesiado da dor de quem sou,

conte-me, ainda existe poesia?

não a encontro em ninguém que não seja você,

corte-me, me suporto mais um dia

a procura de alguém que não posso esquecer.

o que se plantou, está sendo pago no cerco

selvagens a parte cuspiram em quadros,

agora me conta, qual o plantio no seu solo seco?

selaram a arte e lavaram as mãos,

imagens e margens sob o sol do verão,

imagina a gente

fazendo do nosso calor edredom,

ultrapassado e antiquado

cabe a nós continuar o que se aprende,

no passado ouvi calado para ensina-los no presente,

sente-se a mesa com a matilha

olhar frio, corpo quente, sente-se o mesmo todo dia,

vida vazia, copo cheio.

R Lelis
Enviado por R Lelis em 13/08/2023
Reeditado em 18/01/2024
Código do texto: T7860614
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