Doppelganger

Olhei para além de mim.

Quem é ela que vai ali?

Olhei aquela face:

Em mim me conhecia.

Mas algo novo ressoava,

Meus medos estampados

Em expressões que

Mil coisas me dizia.

Aquela outra, feridas expostas

Aquela outra, sombra e luz

Aquela outra, gozo e choro

Aquela outra producente e contraproducente…

Por que mexer no que é guardado?

Quem permitiu que aquilo, tão meu,

Fosse a todos apresentado?

Sonhos, espantos, desejos e prantos…

Quem permitiu àquela outra

De mim, para espanto, espelho,

Que lançasse à luz

O que me é alvoroço, destroço…

Eu, Doppelganger de mim,

Dualidade, navio à deriva,

Autora e personagem,

Aqui em busca de ali.