Prisioneiro
Lembra-se quando tu escarnecias
Da minha dor infinita e suprema,
Debatendo-me na gélida algema
Do coração frio em qual me prendias?
Se tu mulher não me querias
Deixasse-me livre do problema,
E solto feito palavras de um poema
Partiria em busca de outras utopias.
Ainda hoje estou preso e ansioso
Esperando o dia que mude a sorte
E queiras me doar teu amor ditoso,
Mas não sei até quando serei forte,
Talvez enquanto o amor fervoroso
No meu peito não encontre a morte
Nos versos escuros de nossa pobreza.