DESTRONADO

DESTRONADO

Súbito um destronar

De tudo que se acredita

A modernidade a apagar

Aquilo que julgava certo

Aflora a desdita

Ainda bem que o final acerto

Está cada vez mais ali

De per si

Apenas o refluxo

O rio já não tem fluxo

Águas paradas moem

O que resta de si

Trazem à tona

Lembranças inúteis

No circo da lona

Apenas ciclos fúteis

Que pareciam úteis

Mas mostram-se inúteis

Nesta etapa descendente

De pouca gente

A orbitar o presente

Um monte de reprimendas

Exacerbada de lendas

Que não morrem

Hibernam em profusão

Milhares de aleivosias

Que matam o coração

Vivendo de teimosias

Que teimam respiração

Embora sonhe com o desfecho

Que traz como apetrecho

O fim da ilusão

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 18/08/2023
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