misturados

Sob os pés, rios de concreto escorrem.

Pelas artérias da cidade, por onde corre

O engano solene das memórias, portas,

Janelas, o muro por onde a luz escorre pelas fendas,

Olhos expatriados golpeiam nossos olhares,

Casas, ruas, cujo ouvido está nas mãos.

Tocam as coisas, aguardando que as palavras

Sejam a fonética de uma vida destemida,

Às margens das coisas, outras coisas fragmentadas,

As torneiras desveladas são seus membros expostos,

Como braços seus, ou pernas projetadas, onde

A vida, o mundo, a violência comprimem e

Insidiosa, penetra nas vilas ainda em botão,

Qual sangue que se esvai de suas artérias

Sob pressão, ó flor, a vontade úmida

De viver, água que se força a deslocar

Por entre as imagens, seja crua, austera ou destilada,

Acesa está a cicatriz e sem rodeios se ouve

A ferida, que desaba sobre sentidos, e o coração

Pulsa, e a dor, pelos esgotos, nos concretos

Se amalgama.

----------------------------

Sob os pés, deslizam rios de concreto líquido.

Pelos caminhos urbanos, onde a corrente flui

O solene engano das lembranças, portas erguidas,

Janelas, muros pelos quais se filtram pelas brechas,

Olhos desterrados golpeiam nossos olhares,

Residências, vielas, cujo sentido repousa nas mãos.

Tocam os objetos, aguardando que as palavras

Sejam fonética de uma vida sem temor,

Às margens das coisas, outras coisas fragmentadas,

As torneiras desveladas são seus membros expostos,

Como braços seus, ou pernas projetadas, onde

A vida, o mundo, a violência comprimem e

Insidiosa, penetra nas vilas ainda em botão,

Qual sangue que se esvai de suas artérias

Sob pressão, ó flor, a vontade úmida

De viver, água que se força a deslocar

Por entre as imagens, seja crua, austera ou destilada,

Acesa está a cicatriz e sem rodeios se ouve

A ferida, que desaba sobre sentidos, e o coração

Pulsa, e a dor, pelos esgotos, nos concretos

Se amalgama.

-----------------------------------

Sob os pés, rios de concreto escorre

Pelas artérias da cidade, por onde corre

O engano solene das memórias, portas,

Janela, o muro por onde. pelas fendas,

Olhos expatriados socam os nossos olhos,

Casas, ruas, cujo ouvido está nas mãos

Tocam as coisas, esperando que as palavras

Sejam a fonética de uma vida destemida,

Ás margens das coisas, outras coisas, cindidas,

As torneiras reveladas são seus braços

Ou suas pernas sendo projetadas, cadê

A vida, o mundo, a violência espreme e

Insidiosa, entra nas vilas ainda imberbe,

Qual sangue vaza das vaza das suas ruas

Diante da pressão, flor, a úmida vontade

De viver, água que se desloca à força

Das imagens, que crua, dura ou destilada

Acende a cicatriz e a torto e grosso ouve-se

Chaga, desaba sobre os sentidos, o coração

Bate, e a dor pelos bueiros, aos concretos

São misturados.