O meu olhar na janela...

O meu olhar na janela

quase brilha na tristeza

tamanha é entre a malévola

e a pequena perversa

são frascos do mesmo calibre

mal estancados e furtar

no relento qualquer fragrância

quão fracos vão diluindo

tão falsos vão ficando

dissimulando-se em parcos vasos

na excrescência do mutismo

nulos que em partes atolam

no afogado gotejar dessas desdita

e emperdenida vocação ardilosa

vil resmungos lançados a esmo

por nada bem entender do que se faz

como se alguma cousa fosse acrescer.

O meu olhar vaga na janela

e o que de cá de dentro pode realçar

só mais novas tristezas.

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 25/03/2005
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