Dilema de uma ansiosa
Eu simplesmente quero tudo
Mas tudo parece tão grande
Que o medo me toma
Me invade sem controle
Aí já não quero mais nada
Não vejo em minhas mãos
Forças pra tudo segurar
Um grito ecoa na mente
O ar não sai
Não há forças
Vem a vontade de correr
Me esconder
Me isolar
Deito-me no chão
Esperando que a terra
Me esvazie dessa angústia
De querer tanto
E me sentir tão pouco.
O mundo gira tão depressa
Em vão, as mãos vão tateando
Tentam agarrar-se a algo
Que me traga de volta ao chão
Controle
Segurança
Quero muito
Anseio por tantas coisas
Mas me perco no medo
E tudo que eu desejo se esvai
Me afasto
Me limito
Me saboto
Ergo muros
Crio espinhos
E assim sobrevivo
Entre querer e correr
Entre sonhar e temer
Entre sorrir e chorar
Entre soltar às rédeas
Ou prender o mundo nas mãos
Mas a esperança,
O meu suspiro de fé ,
Essa ainda está
E sempre estará viva.