a pedra

Esta pedra floresce como a solidão mais selvagem,

Abaixo dela, um cata-vento gira com a velocidade

De um espasmo nascido de uma palavra, suas pás são apenas

As pontas precoces de uma estrela, e a cor da pedra

É como a das coisas imóveis que têm sede, uma sede

Que a água não pode saciar, vem de uma profundidade

Tão vasta quanto uma azaleia noturna, ou uma jovem

No colégio que subiu à mesa e recitou vogais

Líquidas como lagos prestes a se tornarem mares,

Onde os peixes se transformarão em homens com barbatanas; assim,

o símbolo se faz carne, batizando os abismos onde a sombra

Descobre que, no fundo, é uma árvore de frutos

adormecidos, ou uma moeda perdida sob uma cascata de água doce.

depois, um menino imberbe num labirinto desvirginado

Recebe o nome da superfície mais verde, o mesmo

Nome dado a um ser animado pela mítica mulher da floresta,

E desperta, anuncia dentro de uma ciranda despudorada

A velocidade de penetrar na pedra como uma criança

Atravessa uma parede, voando como um cavalo faz

Quando todos dormem; e o amor também se torna carne,

Compreendendo que a pedra está viva, pensando nos peixes

Voadores ou nas cascatas de mármore derretido. Então,

Uma mulher de corpo destemido, tão branca quanto fecunda,

Rápida como uma montanha, rasga a parede de imagens

E faz pulsar o coração de uma vida até então oculta.