Reflexo*
Perplexa me apercebo que o tempo
nada mais é do que o ócio que devora
palavras ... promessas... sonhos...
e num estado quase utópico suponho
viver numa era estranha a minha própria
criatura
onde navego sem rumo e a proposta
foi mera coincidência casual
ainda entorpecida, corro ao meu encontro
-não me acho!
só, neste caminho sem volta
solta como tudo que é onda
como tudo que é nada
revolta
olho-me de lado... depois enfrento-me
neste meu espelho que sou eu e mais
ninguém.
Lúcia Gönczy*