REQUIEM BRASILEIRO

E foi do corpo retinto a missão de sangrar,

até que os alicerces fossem assentados,

para apagar seu nome que ficou no além mar,

desconhecido como os presentes passados.

Descanso eterno só depois que a luz morrer,

num hiato entre o som da tranca e o canto do galo.

O caminho é longo entre achar e se perder

naquilo que não sei e naquilo que falo.

O Senhor de barro tem piedade da dor refinada

e pensa que açoite pesa mais em quem faz o estalo.

Só por isso não diremos "Dai-nos a paz", nem nada,

poque somos a revolta do corpo objeto vassalo.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 17/09/2023
Reeditado em 19/09/2023
Código do texto: T7888124
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