Quem de nós dois?

Me amo e me odeio igual

Se isso é possível, não sei.

Hoje faço coisas incríveis,

Logo vejo que ontem errei.

É que sou feito de coisas

Que gosto e que detesto...

Num dia penso ser bom,

Noutro sei que não presto.

Beijo a face com carinho,

Só para depois estapear.

Se hoje eu estou sozinho,

É que eu não soube amar.

Engraçado que depois vejo

Que amei em desmedida.

Não foi o abraço, o beijo,

Que te afastou da minha vida.

Fui eu? Ou talvez foi ele?

O pior é que somos um só.

Sou mal, amoroso vingativo...

Um triste pobre de dar dó.

Sou também merecedor

De repúdio e de revolta.

Carrego sim, a minha dor,

Sei odiar e viver o amor.

Ser contraditório, não importa!

Ou importa?

Nilson Rutizat
Enviado por Nilson Rutizat em 18/09/2023
Código do texto: T7888487
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