"Asnos"
A dúvida dos outros é somente ignorância,
Em relação a mim não há reflexão profunda.
Cobram-me um "ideal" do senso comum,
Como se meu ser fosse e minha obra oriunda
Fosse nada a mais que vacância, petulância.
E nessa falta de consonância "afirma nenhum".
Haja prudência e paciência,
Pois aqueles que acham-se tão cientes de tudo
São tão somente lanzudos.
Sois a pedra bruta que se nega a depurar o ser,
Deixas os vícios irem - não ser,
Eis o homem que faz-se um na obra, porquanto,
Pergunto-te, és tudo isso mesmo no enquanto?