Tristeza!

Tristeza...

Sua lembrança me chega,

Sempre acompanhada da solidão.

Vejo teus olhos tão nitidamente,

A sorrir malicioso, me acariciando o corpo,

Despertando minha emoção.

Ascendendo minha libido,

Prelúdio de explosão.

Luta insana travo então,

Tesão contra razão!

Entre a tristeza e a incerteza,

Tua lembrança é a única sobrevivente.

Neste campo vasto e árido,

Que se tornou meu coração.

Os conflito, recentimentos,

Adormecidos, trancados no peito.

Vêem a superfície no momento exato do pensamento...

Sucumbo, as recordações,respiro fundo,

E inalo o odor acre da dor.

Destruida a estrada, caminho à felicidade.

Inverto os pólos dos sonhos...

Pesadelos agora são.

E navego a deriva, num mar de desilusão.

Torrentes de emoções que me afligem,

E transportam meu espírito aflito,

As terras do desespero, desterro dos desolados,

Pelo amor abandonados, esquecidos...

Busco então abrigo, nestas páginas em branco.

Onde expulso os fantasmas,

Expurgo as lembranças de batalhas.

Descritas em prosa e versos,

Manchas de tinta, borradas e sem vida.

Sonhos exposto e em processo de decomposição.

Me refugio nas linhas, prisioneira das minhas escolhas.

Asceta que estou, faço um retiro do desejar.

Solidaria, a minha emoção,

Envereda na cadência de minha solidão.

E revela a sutileza do espaço do saber... descobrir.

A sordidez de palavras soltas no vento,

Horas tão minhas...

Hoje publicas,compartilhadas,

Numa exumação de meus cadavéricos temores,

Depurados ou puros amores.

Há, tua lembrança me chega.

E craveja no peito,

A lança envenenada do ciúme.

Ciúmes de teu falar, teu escrever, teu gostar...

Ciúmes até, dos teus ciúmes!

Pode?

Rompo a barreira da lucidez.

E transformo minha frustração em lágrimas.

Que fazem leito em meus olhos,

Que deságuam minha alma pelo rosto,

Numa lembrança tua,

Sempre acompanhada de solidão!

Observadora
Enviado por Observadora em 30/11/2005
Reeditado em 30/11/2005
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