SOU

Sou um curto espaço na existência,

Sou uma mensagem no tempo,

Embora sem tempo para palavras insanas,

Flama, que arde no peito.

Gravidade reversa, avessa,

Que versa com o inverso do verso,

Que sem saber ser, exige o que não pode ter.

Do olhar resplandecente ao sol,

Fiz-me buraco negro,

Lua sem mel,

Astro sem véu.

Na busca in(finita) de mim,

Tornei-me arranha-céu.

Obtuso, vesti-me de d(eus),

Na carência imponente

De ser astro ascendente.

Inocente de mim!

A gravidade não senti,

Desvairado vaguei,

Até que sem sinal, me encontrei.

Tarde demais,

Ligação rompida,

A conexão caiu.

Agora, ouço apenas sete palmos,

De silêncio initerrupto.

Pobre irrelevante fui,

Pateticamente dotado de orgulho,

Avareza e luxúria.

Agora, em epitáfio lírico,

Descrito, em verbo inconstante,

Um vago divagar, distante.

O tudo ser,

Não passa de mera ilusão,

Um mundo abstrato

Consumido pela insatisfação.

Xícaras de Prosa
Enviado por Xícaras de Prosa em 06/10/2023
Código do texto: T7902926
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