O Pranto da Chuva Antiga

Sob o manto acinzentado do céu antigo,

A chuva, com seus prantos, faz abrigo.

As gotas dançam num eterno fadário,

Num eco ancestral, num lamento necessário.

Ó dilúvio, que da nuvem desce lento,

Em rosto pálido, vejo o teu tormento.

Borbulham rios, lamentos do meu ser,

Nesta tristeza, só encontro o perecer.

Na tempestade, o mundo se enclausura,

E o trovão, com sua voz, nos tortura.

Na chuva antiga, encontro meu destino,

Num final sombrio, sem abrigo, sem tino.