Introspecção

O que é meu?

O que eu acho que é meu?

O que eu acho que eu acredito

Quando de fato eu não acredito?

E de fato eu acredito em outra coisa

Que não declaro?

No que eu acredito?

A ponto de fazer?

O que eu digo a ponto de acreditar?

O que eu assumo sem julgar?

O que eu assumo sem assumir?

O que eu escolho sem decidir?

O que eu acho que é meu não é meu

E o que é verdadeiramente meu

Eu não reconheço

O que eu faço?

O que eu penso?

Por que eu não penso?

Por que eu dispenso a pergunta?

Isso sou eu, ou

O que eu quero ser?

Estou desesperado por afirmações

E trato com desprezo aquilo que sou

Eu me conheço?

O que eu conheço de mim?

À medida que o tempo passa

O abismo do desconhecimento cresce

E o que eu busco?

Uma solução do tamanho daquele abismo

E o que eu encontro?

As expectativas no futuro

Já que agora não é possível ter nenhuma certeza

Para que me serve a certeza?

Do que eu me sinto tão inseguro?

De ser abordado por um estranho sem nome e sem destino

E ele me perguntar quem sou

E eu não saber o que responder?

Ter nas mãos ferramentas rudimentares

Com as quais eu "cunho" a vida?

O que é a vida?

Devo evitá-la?

Devo rejeitá-la?

Devo assumi-la?

Manter próxima a dúvida?

Encará-la? Encarná-la? Encená-la?

A dúvida amiga, inimiga, depositária

A tarefa má e dadivosa de se conhecer

Dizer não ao apequenamento da paz

Aclarar os recônditos fugidios do falso

Do que estou à espera?

Deixando a mim à espera?

Eu sou o mundo interessante

Eli Jardel Alexandre
Enviado por Eli Jardel Alexandre em 09/10/2023
Reeditado em 17/10/2023
Código do texto: T7904347
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