Roseando
No meio do sertão,
Cordisburgo, tão de repente cidade!
A venda de seu Fulô,
A estação, o ir e vir
De boi e de gente.
Lugar sagrado,
Lugar propício,
Para a gestação literária,
Do filho ilustre.
Rosa universal!
No coração de Minas, Maquiné,
Com seus encantos e mistérios
Resquícios de uma história muito antiga.
De tatus e preguiças gigantes,
Que encantaram o Dinamarquês!
Um espetáculo que se abre
No coração da Terra!
Com seus improváveis salões,
Em formas, brilhos e cores
Que desafiam os olhares!
No entorno da gruta,
tantas outras histórias
De jagunços e amores enviesados,
De burrinhos pedrezes e boiadas,
Manuelzões e Miguilins!
E os rios,
Tantos rios!
De todas as cores e todas as águas.
Minas são muitas
E o sertão é em todo lugar!
Viver é perigoso?
Nonada!
Pão e pães é questão de opiniães!
Difícil e necessária é a travessia!
Carece de se guiar pelo rosário de veredas
E pelo rendado de estrelas no céu de infinitamente maio!
Infelicidade é questão de prefixo!
Todo abismo é navegável a barquinho de papel!
Eu quase que nada não sei.
Mas desconfio de muita coisa.