Roseando

No meio do sertão,

Cordisburgo, tão de repente cidade!

A venda de seu Fulô,

A estação, o ir e vir

De boi e de gente.

Lugar sagrado,

Lugar propício,

Para a gestação literária,

Do filho ilustre.

Rosa universal!

 

No coração de Minas, Maquiné,

Com seus encantos e mistérios

Resquícios de uma história muito antiga.

De tatus e preguiças gigantes,

Que encantaram o Dinamarquês!

Um espetáculo que se abre

No coração da Terra!

Com seus improváveis salões,

Em formas, brilhos e cores

Que desafiam os olhares!

 

No entorno da gruta,

tantas outras histórias

De jagunços e amores enviesados,

De burrinhos pedrezes e boiadas,

Manuelzões e Miguilins!

E os rios,

Tantos rios!

De todas as cores e todas as águas.

Minas são muitas

E o sertão é em todo lugar!

 

Viver é perigoso?

Nonada!

Pão e pães é questão de opiniães! 

Difícil e necessária é a travessia!

Carece de se guiar pelo rosário de veredas

E pelo rendado de estrelas no céu de infinitamente maio!

 

Infelicidade é questão de prefixo!

Todo abismo é navegável a barquinho de papel!

 

Eu quase que nada não sei.

Mas desconfio de muita coisa.

 

Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 11/10/2023
Reeditado em 01/11/2023
Código do texto: T7906043
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