CONTRA O TEMPO — 2h04 —

Não empreendi prece alguma, mas eu sei rezar,

Pois sou o vento zero: não movo os cirros rasos

Das lacunas esparsas que, no meio da noite alta,

Bebem juntas da sidra no balcão da encruzilhada.

Às duas e quatro, só me lembro do Roberto Lara,

E do seu Homem Invisível que espocou um flash

Aqui dentro, desde os miolos até o opaco da alma.

Também já rapei de mim. E não restou mais nada.