Poesia: 177 - O devir da verdade

Quem é você?

Um instante, um vir a ser.

Já entrou nesse rio?

Sim, e ao sair eu já não era mais o mesmo.

Você tem nome?

Me chamo Heráclito. E você?

Nietzsche. Assim me chamam.

O que procura Nietzsche?

O que todos querem. A verdade.

Se você entrar neste rio irá entendê-la melhor.

Preciso nadar?

Não. Deixe o rio seguir o curso passando pelo seu corpo.

O que faço agora?

Observe o rio e pense sobre a verdade.

Então Nietzsche, o que aprendeu ao entrar nesse rio?

Um fluxo ininterrupto do tempo passou pelo meu corpo.

O que você entendeu deste fluir do tempo ao seu corpo?

Que ele é impermanente e está em constante mudança.

E em relação à verdade, o que você entendeu Nietzsche?

Se não sou mais o mesmo; a verdade também muda!

Tudo muda Nietzsche. A vida é um devir ininterrupto.

É essa a ideia de verdade que vou professar Heráclito!

Sim, meu amigo Nietzsche; leve esse rio para o futuro.

Wander Caires
Enviado por Wander Caires em 28/10/2023
Reeditado em 28/10/2023
Código do texto: T7918988
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