Searte

Como posso negar,

O seu chamado forte,

O convite a arte,

Em que o olhar perdeu-se,

Como se não fosses real,

Enfim, era tudo natural,

A textura e a pigmentação,

Os contornos e a elevação,

Estava eu ali,

Como não me pudeste sentir,

Ou tão pouco ver,

Escuso-me a negar esse prazer,

Seus tons de negros,

Convidavam-me a pintar,

O desvendar dos segredos, mistérios,

Tirei-o da cartola,

dei que sentisses o aroma,

Ardente ébano de África,

Na tela sua tão macia,

Deixei que sentisses,

E que a tua íris se encantasse,

Para o pulsar acerelado da emoção,

Seus lábios definiam a inspiração,

Sua boca seguia cada traço,

Com a língua descreveste o caminho,

Sentindo a primeira essência,

A lubrificação da glândula de cowper,

A essência alcalina e suas enzimas,

Deliciaste-te até o sussurrar dos arrepios,

Na tela sua imagem traduzia o encanto,

Sobre os lábios, o álibi era forte,

As mãos contornavam seu norte,

Descendo a diagonal do decote,

Em que o pincel tecei a pintura,

Daquela arte que descrevia loucura,

Na voraz sensação que definia o momento,

Onde desabrochava no corpo,

A infinita razão arte feita em silêncio,

Onde as vozes não conseguiam calar-se,

Pois, a inspiração tomou a sua própria vontade,

E arte fez-se presente entre as paredes do instante (...)

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 28/10/2023
Código do texto: T7919245
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