OPACO
Não sinto,
Sinto nada.
Não choro,
Choro nada.
E, sem lágrimas ou dores,
Rasgo minhas partes
Em partes, à parte.
Perco meus remendos
Em recortes sem alinhavo
Sem uma costura reta,
Um manchão.
Sem sentidos em sentimentos,
Na ausência de choros em lamentos,
Escorrego por entre pares de partes
Sem aparte,
Num alinhavado rasgo sem fim...
Apenas começo.