MURO

MURO

Ruirão os muros que nos separam.

O ódio há de ser aplacado

como pedra em pó.

As muralhas cairão como folhas,

por um sopro.

O dia será verdadeiro,

mas quando?

Muro e murro:

é esta a lei do sistema.

Lua e sol:

é este o dia-a-dia

que nos apresentam.

É rumorejar e esperar Jesus...

A suma libertação.

Os castiçais de ouro estão aí...

Os postais elegantes estão aí...

E a fome, o desamparo

e o desespero também,

mas sempre brilhará a estrela de Belém,

talvez trazendo um pingo

de acalanto e amor aos nossos corações.

FERNANDO MEDEIROS

Campinas, é NATAL de 2007.