1875, Imigrantes Desbravadores
1875, IMIGRANTES DESBRAVADORES
Janaína Bellé
Todo sonho de amor gera-se no leito da esperança
O inconformismo provem na escassez da paisagem
Itália, ficar ou partir? Inevitável a dor da despedida
Há sempre corações partidos numa inédita viagem
A honra, riqueza dos imigrantes nessa peripécia
O legado dessa viagem é de quem participa
São as três famílias italianas desbravadoras
Em Farroupilha: Radaelli, Sperafico e Crippa
Como animais, trinta e seis longos dias a vapor
Tantas vidas inocentes jazem no desmedido mar
Toda morte é sempre o preço da colossal coragem
A dor maternal presente na embarcação a singrar
O tempo transcorre, cantoria que distrai a fome
Ao avistar as terras do Sul, floresta de decepção
Sonho altruísta repousa, onde estão as promessas?
América não é “massolino di fiori” como na canção
Desbravar a floresta, requer vigilância e trabalho
Adormecem ao relento e alimentam-se de pinhão
Imigrantes e indígenas tornam-se companheiros
Luis Bugre os acolhe e edificam o primeiro galpão
Janaína Ciquelero Bellé