Minha hora

Na hora primeira dessa manhã

Pensamentos lúgrubes me vêem a cabeça

Sinto o peso dos dias vividos

O pulso lento das veias

O sangue a serpentear na coluna

A cabeça a girar sob o medo da agonia

Se a hora do entardecer vier como açoite

Peço a Deus que me poupe

Da vida já pedi muito

Hoje quero somente o expurgo

Entardecer da minha vida

Não me pegue de surpresa

Me encontre na ribeira como leito de rio preguiçoso

Tenho medo de ti

Já não posso dormir

E na hora da sangria

Espero ser tua amiga

Quando chegar o meu fim

Olhar te nos olhos e seguir seus passos

Despida de vestes e despida de mim

Rachel Galesso
Enviado por Rachel Galesso em 09/11/2023
Reeditado em 09/11/2023
Código do texto: T7928025
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