O calor do proletário
Soa o alarme na cabeceira
Soa o apito do guarda
de trânsito
Soa o alarme da fábrica
Sua o corpo do trabalhador.
Soa o sino da igreja
Soam as vozes difusas
de deus em cada pensamento
Soa a ordem da razão
Sua o corpo do homem na cruz.
Soa na mente a revolta
Soa a palavra de otimismo
que dá vida ao conformismo
Soa a voz da indiferença
Sua a testa do bicho feroz.
Soa o pranto desesperado
Soa abafado o pedido
de socorro
Soa a arma engatilhada
Sua sangue, lágrimas e fezes.