EVAPORADO
Procuro um verso que servisse,
Feito o servente é para o edifício.
Erguer, sobre a areia movediça,
O poema e sua abstrata alegoria.
E quando Deus, de repente, resolve
Ter com o poeta uma rápida prosa,
Sem que Dissesse nada, mas eu disse:
Sou indigno, e declino do Seu convite.
Às três e dois, entre mil drágeas inócuas,
É o silêncio que move a batuta das horas.
É o cão ladrando, é o alaranjado do poste.
É o galo solando, é outro punhado de bolas.
Procuro, ao lado, uma metáfora que servisse,
Feito o álcool ao alcoolista. E depois subisse.