Resgate das Horas

 

A muito não vejo o amanhecer

O amanhecer com coração pulsante

Quando é para estar quente está frio

Quando é para estar frio está quente.

 

A muito tudo mudou em minha volta

Até meu coração não mais se importa

Com as gavetas entulhadas de lembranças 

Num borbulhar de sonhos e esperanças. 

 

Faz tempo que na pele há um plinsado

Conta-se os anos entre esses dobrados, 

Linhas fundas há no tal olhar perdido

Elas aceleraram os ponteiros em ruas sem asfaltos, 

A poeira embaçou os sentidos entre ventos.