Pedras

 

Pedras lapidadas pelo próprio tempo

Outras irregulares pelo próprio vento 

Outras no caminho a deixar-me tropego

Sede de construção no atritar do fogo.

 

Pedras paralepipedando o caminho do deserto 

Pedregulhos no universo do desejo certo

Minas nos olhos e nas mãos singelezas

Na desconstrução das frigidas incertezas.

 

Chuva de granizo no universo reverso

Pedra de cristal dentro do céu desse verso

Faz-nos sonhar com portas celestes carraras,

Bancos de praça e seus tesouros em barras.