Poesia: 214 - Divã de metal lll

- Eu sou de ferro e suporto sentimentos, mas e você?

"Sentimentos em nós humanos são ambivalentes. Eles podem nos fortalecer ou enfraquecer. Depende das circunstâncias e tantos outros fatores interno ou externo da vida de cada pessoa".

- Ainda bem que não sou humano, só uma máquina de duas rodas que se comunica contigo.

"As vezes desejo que esse feitiço se desfaça. Onde já se viu uma motocicleta conversar com seu dono!"

- Se guardar este segredo o feitiço continuará existindo.

"Ainda não decidi se quero continuar com esse feitiço. O Tempo dirá. Por enquanto não me incomoda".

- Andas com um olhar distante ultimamente! O que foi?

"Saudade de algo que ainda não aconteceu e que talvez não venha acontecer".

- Saudade de um futuro que não chegou? Que estranho!

"A saudade não tem que ser somente ao que diz respeito ao passado".

- Não entendi! Poderia me explicar isso?

"Você pode não ter tido a possibilidade de conhecer uma pessoa fisicamente no presente, mas no mundo lírico vivenciar essa experiência. Digamos assim, uma saudade lírica que se instala em ti".

- Você é um louco romântico, isso sim!

"Talvez eu seja mesmo, um homem que o presente não deixou entrar e que eu também resistir a pertencer completamente".

- Você precisa é de uma Musa em sua vida motoqueiro fantasma da poesia.

"Eu já tenho, divã de metal, mas mora tão longe!"

- Então monta neste cavalo de metal e vai ao encontro da sua donzela seu Quixote de moinho de vento.

"E depois diz que o lírico aqui sou eu".

Wander Caires
Enviado por Wander Caires em 19/12/2023
Reeditado em 19/12/2023
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