O Último Romance

A dor não suporta mais se esconder nas entranhas

E a alma nestes dias, lentamente consumida em tristezas, faz morrer a mulher...

Faz sofre mortalmente o homem.

Homem, o começo de toda essa agonia.

Não era para estar na boca o fel,

Tão pouco cultivar a perfídia dos verbos

Ou fomentar inverdades, que encobriam as luzes no escuro.

O amor era certo, o amor é divinal...que em sua simplicidade,

Tão puro como a água da chuva ao permear o chão duro.

Mas veio o destino,

Veio o desatino...

Ai nasceu o pecado.

Faltou coragem pra decidir vergar o metal no muro,

Faltou coragem pra cortar a própria carne

E repartir na mesa o futuro.

Ainda hoje o tempo corre,

Os dias são iguais, mas em cada por do sol oram em coro, com as flores, por toda uma vida.

Enquanto sorrateiramente, sob o tapete da distância.

Busca homem na infância um significado para decidir se amanhã

Há de morrer em cada segundo ou

Viver eternamente.

Não haverá beijos;

Não haverá noites...

Só uma palavra para livrar do açoite.

Uma estrada sem volta.

A dor, enfim, será externada da alma penada

Pelos olhos nus, se a escolha for errada.

Esse ato desenvolverá o ódio, que fortalecerá o adeus.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 29/12/2007
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