DOS ATOS EXUMATÓRIOS

Para que revolver

os sumos de inquietantes saudades,

ressuscitar passados insones ?

Não queiras mais cultivar

invisíveis lágrimas

sobre o frontispício das irresignações.

Deixai seguir o curso da vida

sem os penosos grilhões !

Insepultas são as dores

que adubamos nos jardins da ilusão.

Das autópsias da solidão,

só encontraremos o desalento.

Já se faz o tempo,

impaciente que é,

de arregimentar recomeços,

e exumar, definitivamente,

os fantasmas

e outras assombrações

que acalentamos no nosso quarto de dormir ...

e de sonhar.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 22/12/2023
Código do texto: T7959647
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