A Sina

Quando à noite

O tempo fluía

Levando consigo

Os humores do dia,

Maus ou bons,

Só importava

Se humores havia

A vida ali se estabelecia.

A noite conseguia

Ser noite, mágica,

Ou não, mas era ela

E o dia resumia a vida.

Enfim, tudo conforme

A sina que lhe havia

Sido destinada.

Mas havia aquelas noites

Em que o tempo não fluía

E aí, nada acontecia.

A vida não andava,

As coisas não permaneciam

E nem iam, como deveria ser.

A noite não era mágica,

E o dia não resumia a vida

Enfim, nada seguia a sina

Que lhe havia sido

Destinado ser.

Referência:

MALLMITH, Décio de Moura. A Sina (Poesia). In 4ª Coletânea de Poemas. Projeto Apparere. p. 63. ISBN: 978-65-5879-088-4. 1. ed. São Paulo: PerSe, 2021.