Desajeito...
Se fosse possível parar o tempo, transportar a momentos...
Ah! que bom seria...
Tirar as nuvens cinzas que se transformaram depois de dias de sol, e que tanto se prometeu não deixar chover...
Que o desarrumado fosse só dos cabelos, e da timidez ao olhar no reflexo dos olhos a imagem vista...
Não seria possível transformar o mundo em conto de fadas, mas que sempre se sentisse encantada em meio ao vestir-se de nuvens...
E lavando a escadaria do céu sorrisse, enquanto as mãos amadas erguessem as pontas do vestido para não se molharem...
E que nesse desajeito só houvesse a intenção em cuidar…
Agradeço a linda interação do poeta
Alexandre Alaor Berghahn:
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Queria dizer-te as palavras que faltam se a noite me libertasse, me invadisse, extenuante na prosa enriquecida, de um caderno antigo. Queria também provocar-te um doce murmúrio, um carinho inusual e que a voz caprichosa me devolvesse os sons entre este dizer-te hoje e esse sempre calar-me. Não deixes amontoar as palavras: deita-as para fora, escreve-as, solta-as; deixa que se espalhem pelos campos, que as vozes as entoem, que os sentidos as saboreiem. Não percas as suas palavras. Escreve-as: deixa-as partir. Porque eu mesmo desajeitado às lerei sempre...
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