Vestido de Si

E o dia caminha, vestido de si

e de iluminuras de poemas

que dançam feito pirilampos

na retina dos olhos.

É como me percebo:

lúcida e enevoada de brumas

que se nada dizem de mim,

me olham do espelho

que reflete lamentos

e mãos em preces.

Há pouco era noite

e me abraçava a paisagem

de uma lua no pote translúcido

na prateleira da vida.

Caminha o dia, vestido de si

e de iluminuras de uma realidade

que já foi ontem...