A alma que quer sangue
Não quero ser um animal
Que vive para os instintos
Quero algo mais alto
Mais profundo
Mais perene
E distinto
Não quero esse normal
Disfarçado de ambíguo
É mais, mais do mesmo
Só que travestido
E encoberto
Sem brio
Eu quero me jogar nos rios!
Onde abundam os peixes sedentos
Que estão sempre seguindo
Sempre em movimento...
Eu quero ser içado aos céus!
Onde pousam as estrelas vivas
Olhando lá do alto
Sendo pequenas e divas
Era pouco
Foi pouco
Mas foi bom
Agora quero outro
A alma que quer sangue
Se enjoa da carne.