Ventania

Naquela força eloquente da poderosa ventania

Pode vir uma tempestade ou quem sabe poesia

Seja talvez simplesmente vento que assobia

Numa frente climatéria ora quente ora fria

Ela é feita da matéria doce intempestiva de mulher

Dança com o tempo que se oferece no seu querer

Mas nas suas saias onde o coração ondula

É intuitiva e sempre traz o gelo da sua cura

Outrora já lhe floresceram sementes de ilusão

Com flores que nunca abriram em floração

Agora não há semente que resista em ousadia

E a brisa será arrebatadora de uma latente energia

Por isso ela passa numa fugacidade lenta sensual

Atenta vê muito mais que o seu campo visual

Luísa Rafael

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Porto, Portugal