O desamar do amor
Enferrujada, defino-me.
A fuga é testemunha da fraqueza,
cúmplice do medo,
irmã do desamor.
Nem palavras podem brotar.
Folhas, antes íntimas, hoje assustam.
E enferrujo, definhando-me.
Cansei de rabiscar sentimentos
para mim tão importantes,
que, quando por outros ditos,
são antes gozados que ilariantes.
Não fala assim de amor!
Amor não pode ser assim!
Não me faz desacreditar na bela adormecida.
Não me deixa temer o fim de filmes.
Amor é verdade, não mentira;
cumplicidade não traição;
presença não incerteza;
paixão pura e não nojo.
Então já nem sei o que sinto,
porque meu amor nem é assim
como o amor tem que ser.