Escrevo para me ler

Escrevo para me ler

Escrevo para mim como se falasse para dentro

Mas só ouço enfim o que não invento

Como se filtrasse o que está na verdade em equação

E deixasse espaços vagos de criatividade para a ilusão

Ninguém sabe como dançam as minhas palavras

Envolvem-se as densas escuras com as leves e claras

Algumas são sombras para abrandar o ritmo do verso

Outras têm todas as luzes que abraçam o Universo

Às vezes descansam com o café no final do dia

Num chapéu de uma mesa ao sol da poesia

Ganham vida no alvoroço das pontas dos dedos

Agarro as que posso e meto num bolso de segredos

Escrevo os meus silêncios só porque têm que o ser

São silêncios na mesma só que não se querem perder

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 13/01/2024
Código do texto: T7975656
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