Sempre que Houver Amor

 

Sempre que na vida couber o amor

Lá estarei e a ele me darei por inteira

E se inda tiver intacto nele grudarei

Deixarei levar-me pelas ribanceiras.

 

Sempre que na vida couver o amor

Lá estarei e me darei completamente

Amor são chamas de fogo, ondas nos arrecifes

Braços de amor no seio das nascentes.

 

Sempre que na vida couber o amor

Irei ignorar a dor do inciso, os enganos

As noites de sono perdidos em abandono

O silêncio de vozes pelos cômodos.

 

Se ainda houver amor eu declamo

Em todas as partes do todo fecundo

Que o meu existir não foi manco

Nem o peso dos anos desenganos.