Mal antigo
Alma terna, em quem penso todo dia,
Não me alivio desta dor banal!
Que amor, no vasto mundo, poderia
Suplantar o meu mal?!
Os dias passam, tenho uma saudade
Do que ainda possuo por inteiro.
Teu carinho é esperança que se evade
Por um tédio primeiro.
Na ânsia de assim permanecer doente,
Lembrando o bálsamo que ao léu exalas,
Flores amasso, embora ardentemente
Eu não cesse de amá-las.
É tudo simples, mas não sinto assim.
Demasiado fel tornou-me sério.
Após anos calado eu disse enfim
Que só amo o mistério.
Indissoluvelmente estou sozinho,
De maneira que sempre sentirei
Estar, por ter te achado em meu caminho,
Infringindo uma lei.
Alma terna, em quem penso todo dia,
Remédio não há pr'esta dor banal!
Que mais singelo coração faria
Disfarçar este Mal?!...