Meu querer sem ponto e vírgulas

Angélica T. Almstadter

Deixo as portas abertas,

e me cubro com as palavras ditas

no calor das horas macias,

tendo como testemunhas

só nossas almas libertas,

as canções favoritas,

nossas mãos trêmulas e frias,

o gozo riscado com as unhas,

o teu e o meu beijo desenhados

nos cetins dos alvos lençóis.

Apago a realidade escura,

e me permito percorrer os corredores

e jardins secretos,

do encantamento das tuas sinfonias,

abraçada aos bemóis,

assoviando com contentamento

os acordes dissonantes

dos teus quereres melodiosos.

O peito cinge o amor com juras, sem censura,

em sintonia pura;

que faz fremir os meu pendores,

aflora em mim muitos afetos,

cerzi minhas alegrias;

porque colho em ti os meus sóis,

e me entrego ao arrebatamento

dos teus versos insinuantes,

de delírios amorosos.

Deito meu corpo nas nuvens do teu céu,

que contes estrelas no meu ventre,

e rasgue entre nós esse fino véu.

afasta -te de todo o litígio,

e na minh´alma adentre,

com teus perfumes exóticos.

esquece do passado o vestígio,

comunguemos nos nossos templos góticos,

o amor que avançou as barreiras

e em nós acendeu as fogueiras...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 26/03/2005
Código do texto: T7979
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